PR6 Caminho do Carteiro












Aproveitamos um sábado de novembro para sair rumo ao Geopark de Arouca, desta vez a ideia era completar o PR6. Chegamos ao meio da manhã a Rio de Frades andamos mais um pouco e estacionamos o carro junto a um bar que se encontrava perto do inicio do PR. Caminhamos um pouco e deparamo-nos logo com uma sinalização que indicava minas a poucos metros, saímos então do percurso para vermos a atividade mineira daquela zona. Chegamos finalmente a um túnel escavado no monte que dava acesso ao outro lado onde se encontrava uma cascata. Havia também algumas ramificações do túnel, que tinham sido tapadas por causa do risco de desmoronamento. Depois de apreciarmos a cascata de Rio de Frades e de nos perguntarmos como seria difícil a vida dos mineiros naquela altura voltamos e continuamos o nosso percurso.
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Cascata Rio de Frades

Ao logo do PR havia muitas minas mas todas fechadas por causa do risco de queda. Demoramos essencialmente quatro horas a completar o percurso partimos da aldeia de Rio de Frades, passamos por Cabreiros e finalizamos na aldeia do Tebilhão. Depois fizemos o mesmo percurso no sentido inverso. Apesar do piso ser irregular e composto maioritariamente por pedras conseguimos completar o percurso sem grande esforço, no entanto não deveria ser fácil durante a II Guerra Mundial para o carteiro fazer este percurso no seguimento do seu trabalho.
Depois da saída de Rio de Frades até quase chegarmos a Tebilhão tivemos a companhia de um amigo de quatro patas que apareceu no caminho e nos acompanhou durante muito tempo. Já quase em Tebilhão o nosso amigo assustou-se com outro cão que acompanhava outro caminheiro e fugiu rapidamente. Chamamos pelo cão várias vezes mas ele parecia não voltar e por isso continuamos o caminho. Para nossa alegria quando estávamos a chegar ao local de partida lá estava ele na sua casa. Saiu da casota e despediu-se de nós. Ficamos descansados pelo cãozinho estar bem.
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Caminho do Carteiro
Antes de seguirmos para casa fomos até Rio de Frades queríamos beber algo para estabilizar as energias. Foi lá que encontramos uma senhora muito simpática natural daquela aldeia que construiu um alojamento rural. Contou-nos que a exploração da atividade mineira daquela zona aconteceu na II Guerra Mundial quando os alemães decidiram fixar-se em Rio de Frades a fim de extrair o volfrâmio que saia das minas. Naquela altura 3000 pessoas trabalhavam na atividade mineira, muitas vinham de outras aldeias e locais próximos afim de enriquecerem à custa do volfrâmio. Infelizmente muitos desses trabalhadores morriam muito novos por falta de cuidados e principalmente pelo pó que inspiravam constantemente. O volfrâmio era utilizado no fabrico de armas e monições. Por isso com o fim da guerra o volfrâmio deixou de ser procurado. Na altura da extração mineira Rio de Frades tinha GNR, hospital, escola, refeitórios e estradas, hoje Rio de Frades oferece sobretudo tranquilidade, mas também uma história que deve ser contada.
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Volfrâmio extraído das Minas de Rio de Frades





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Minas de Rio de Frades
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